domingo, 1 de abril de 2012

Produtoras querem acabar com a venda de games usados


Acabar com  jogos usados











Depois de atacar a pirataria no PC através da adoção em massa de plataformas como Steam e Origin, as produtoras agora querem eliminar a venda de jogos usados no filé do mercado, os consoles.
Em uma entrevista publicada anteontem no GamesIndustry International, Denis Dyack, da Silicon Knights, foi direto ao assunto: “Eu diria, e já disse anteriormente, que os jogos usados estão matando o mercado. Se os desenvolvedores não conseguirem receita [dessas vendas], não será uma questão de ‘vamos aumentar o preço ao consumidor e queremos mais [dinheiro]‘, nós só queremos sobreviver como indústria. Se os jogos usados continuarem da forma como estão, vão canibalizar e não haverá indústria”.


Ao contrário do Brasil, onde os jogos usados são vendidos principalmente em sites como o Mercado Livre, nos Estados Unidos as grandes redes de eletrônicos as especializadas em games estimulam diretamente seus clientes a vender seus usados para própria loja, na troca por novos títulos, de preferência também usados. Desta forma, o lucro vai todo para o varejista. Os desenvolvedores vêem a venda de usados, nesta escala, como uma ameaça à sua sobrevivência.
Para Dyack – cuja empresa desenvolveu, entre outros títulos, Metal Gear Solid e X-Men: Destiny – as vendas de games agora ficam concentradas nos primeiros três meses após o lançamento. Depois, o mercado de usados toma conta.
Algumas empresas, como a Electronic Arts, já estão agindo para coibir a venda de usados. A EA agora vende seu “Online Pass”, exigindo o pagamento de US$ 10 para acessar a parte online de seus jogos a partir de um novo console. A empresa se justifica: “Para que possamos continuar a ampliar as experiências online que conectam mais de cinco milhões de sessões todos os dias, nós acreditamos que é justo que cobremos pelos serviços que proporcionamos e reservemos estes serviços a quem pagou à EA pelo acesso”. A dúvida é: o primeiro comprador não terá mais acesso ao jogo. Que custo adicional o consumidor de games usados traz à Electronic Arts? Por que o primeiro comprador não pode simplesmente transferir seu direito a outro jogador?
O quanto este mercado realmente prejudica os desenvolvedores é uma questão ainda em aberto. Mesmo com a crise econômica nos Estados Unidos, as vendas de jogos lá caíram apenas 3% em 12 meses, na comparação entre o último trimestre de 2011 e o de 2010. E vários desenvolvedores tiveram aumento nas receitas e nos lucros no mesmo período.
Por outro lado, boatos que circulam no mercado já dão conta que a Microsoft bloqueará o acesso a jogos usados no sucessor do atual Xbox.
Não será essa uma reedição da cruzada dos estúdios de cinema contra a locação e uso de videocassetes e DVDs?

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